sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Empolgação para viver...

Qual seu objetivo de vida?

O tempo não pára! Não podemos nos desligar e esperar um momento melhor (cenário social, político, econômico, amoroso) para retornarmos às atividades do dia-a-dia.
Viver um dia atrás do outro só por viver - por não podermos nos desligar - é "ser medíocre com o momento de hoje". É perder tempo. Concordo que a felicidade não é contínua (até já postei algo a respeito), mas mesmo assim durante um momento "neutro"* pensamos no momento futuro, próximo, em que alcançaremos a "felicidade"; seja em uma saída com os amigos, assistir um filme, joga um baba, namorar, paquerar, etc. Mas são momentos que estamos felizes e que nos motivam viver.
A vida só faz sentido se for para sermos felizes a maior parte do tempo possível. Se não for assim, para que viver? Para estudar, se profissionalizar, trabalhar/ganhar dinheiro, namorar, casar, ter filhos, envelhecer e morrer? O que seria da vida se não houvesse a "felicidade"? Tivéssemos momentos de emoção (até mesmo as emoções "angustiantes"?)

Para alcançarmos essa felicidade temos que ter motivação, empolgação para viver e se manter vivo. Temos que ter objetivos (de vida) a alcançarmos, pontos focais, metas, rumos traçados, destinos identificados, coisas, pessoas que nos motivem caminharmos, irmos em frente, continuarmos vivendo.

E quem não tem esse objetivo? Viver por viver ou melhor, não viver, apenas existir? É como uma planta ou até mesmo uma pedra que está ali e se não estivesse não faria diferença (há quem ache que não, que qualquer grão de areia em qualquer lugar faz algum sentido ou não está ali à toa - mas isso é ser muito dramático ;).

Acredito que esse é um dos maiores motivos dos suicídios.

Não tem nada melhor do que passar o dia dando todo o gás, trabalhando "feliz", esperando chegar o fim do dia para sermos mais felizes, encontrarmos uma pessoa, sair com os amigos ou até mesmo ler um livro, ouvir uma música sozinho; essa é a motivação, a empolgação para viver!

A esperança é também outro fator que motiva e movimenta a vida. Enquanto acreditarmos, tivermos esperança, teremos empolgação, motivação para viver.
Podemos passar por períodos conturbados, confusos mas a esperança de alcançarmos momentos melhores nos mantém vivos e não apenas existindo.

Será que as pessoas pensam nisso?

Pensam no sentido da vida?

Pensam em "alcançar a felicidade"?

"Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente."
Érico Veríssimo

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Dor...

Dor física x dor emocional.
Qual é a sua dor?

É complicado esse lance de dor. O limiar de tolerância da dor varia de pessoa para pessoa. Uns suportam mais dor do que outros, seja ela qual for, física ou emocional. Para a dor física geralmente existe um remédio (ou um "fármaco":) que a ameniza. Já para a dor emocional... é mais complicado... é como soro anti-ofídico: a "cura" está no próprio veneno.

Não vou falar da dor física. Essa fica para médicos, farmacêuticos, fisioterapeutas...

A dor emocional tem ainda várias "versões". Pode ser gerada/provocada pela perda de um parente ou pessoa próxima; pode se originar em uma paixão/amor não correspondido e/ou no fim de um relacionamento; entre outras.

Falando mais especificamente: a dor da paixão. Quem nunca teve uma paixão não correspondida? Quem nunca "sofreu por amor"? Essa só o tempo dá conta... só o tempo consegue "apagar" ou no mínimo torná-la mais leve...
Tem casos em que nem mesmo o tempo consegue levar. Sempre fica uma pontinha lá no fundo... pode não ter mais a "chama da paixão" mas fica uma brasa entre as cinzas... pode até ser uma brasa pequenina que não causa mais dano algum, mas não deixa de ser uma brasa... (e fênix? hahaha)

Bom, pior é o caso em que não podemos fazer nada. Nada mesmo. Nem contar sobre nossa dor, ou sobre a origem dela... aí é que "o bicho pega"... temos que ter um estômago forte para não corroer quando a engolimos.

Trago um texto de Drummond que achei bem interessante:

"Definitivo

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional..."

Carlos Drummond de Andrade

"Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente."
William Shakespeare