segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Pensamentos...

Somos máquinas de pensar?
Às vezes me sinto como uma máquina que processa dados (pensamentos) mas não produz conhecimento.
Tomo decisões, respondo e-mails mecanicamente, racionalmente baseado nas informações (dados) de forma automática como um processador computacional.

É o pensar mecânico despido de sentimentos e de juízo de valor, reto, digital, discreto ( em contraposição ao contínuo, matematicamente falando).

Sinto necessidade de um tempo para mim, para produzir idéias, para interpretar o mundo, dar cores às cenas, sentir (e relembrar*) os cheiros** das coisas e das pessoas - descobrir muitas coisas e inventar outras tantas, poder influenciar no destino (meu e dos outros) e não ser um mero repetidor/reprodutor de idéias alheias.

* Por falar em "lembrar" ouvi algo sobre a lembrança: "a lembrança é como um faca que de vez em quando nos corta"

** Acredito que o olfato é um dos sentidos mais aguçados que tenho. Freqüentemente os odores me conduzem ao passado e me trazem lembrança (ela mais uma vez!) boas, saudosas e algumas ruins. Gosto de sentir o cheiro do desejo e do beijo que por sua vez às vezes tem cheiro de sexo. Beijo sem cheiro é como comer sem sal, sem doce, sem tempero.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Reinventando o Amor

É possível?

Reconquistanto o outro
Surpreendendo o outro
Admirando o outro

Sonhos compartilhados
Felicidade construída

Passado valorizado
Passado admirado
Passado: lições aprendidas

Sinceridade em voga

Individualidade respeitada
Individualidade preservada

Corações abertos

Diferenças reconhecidas
Diferenças aceitas

Muita conversa
Muita besteira

Pudor derrubado

Intimidade limitada*

Segredos?
Se for o caso...

Novo amor criado
Novo amor construído
Novo amor constituído.

* Dizem que a intimidade é o que estraga uma relação
Sim, acredito nisso piamente...

"O mistério nasce na distância e morre na intimidade."
Valter da Rosa Borges

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Paixão, sexo, amor e casamento...

Qual a fórmula para torná-los eternos?

Tá bom, nada é eterno.
Mas "que seja eterno enquanto dure" - ótimo!
Comentei anteriormente que esses sentimentos são independentes e podem ser vividos concomitantemente - inclusive com pessoas diferentes.
Porque o ser humano gosta de "eternizar" os sentimentos?

"Amor Eterno" - sentimento cinematográfico...

Porque não curtirmos o momento, vivemos intensamente cada minuto, cada segundo, sem nos preocuparmos com o minuto seguinte, com o dia seguinte, com o ano seguinte?

São questões que tento responder e entender para facilitar a prática desse discurso.

Mas uma coisa não posso deixar de comentar...
Certa vez li em algum lugar que deveríamos nos "casar" com alguém que imaginamos conversar e manter uma relação de amizade, cumplicidade, companherismo por muito tempo pois após toda a fase de paixão e sexo só nos restará o amor, cada vez mais refinado, mais polido e mais maduro e mais puro...

Mas, enquanto essa fase não chega, o que devemos fazer?
Atender a todos os nossos desejos?
Complicado fazer isso quando envolve pessoas... ainda mais pessoas que gostamos e até mesmo amamos.

É isso...
Quem disse que a vida não é complicada?
; D

"Se resistimos às nossas paixões, é mais pela fraqueza delas que pela nossa força."

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Amor e tipos de amor

Você acredita em amores diferentes com várias intensidades?

Pois é... ultimamente tenho pensado muito sobre o amor, seus tipos e intensidades. Antes de mais nada é preciso distinguir amor de paixão.
"Uma coisa é uma coisa outra coisa é outra coisa" :)
"Paixão é fogo que arde sem se ver", é uma coisa "incontrolável", que nos consome de dentro para fora; que nos excita, nos causa taquicardia, ofegações, tremores...

Li em algum lugar:
"O amor é a sede depois de ter bebido..."

Prefiro dizer:
A paixão é a sede depois de ter bebido...

Acredito que paixão e amor não têm ligação alguma, não têm relação de dependência e podem co-existir. Isso, ao mesmo tempo. Amor é outra coisa. É brando, é calmo, é curtido, é maturado.

Quais são os tipos de amor?
Será que são todos a mesma coisa?
Não. Definitivamente não.

Não se ama um pai da mesma forma que um filho; que por sua vez é diferente que o amor "homem/mulher" ou do amor entre duas pessoas que se relacionam (sexualmente inclusive); que é diferente do amor de um irmão ou de um amigo.

Até hoje nunca senti amor maior do que o que sinto pelo meu filho. Amor de pai é diferente do amor de mãe. Sem dúvida o de mãe é muito maior - observe que o que sinto pelo meu filho é o maior que já pude senti. Acredito que o amor de mãe pode chegar à beira do incondicional...

Antes de ter filho o maior amor que pude sentir foi o por minha mãe - seria então o complexo de Édipo evidenciado? - hehehe

Eu costumava dizer que amor (de relacionamento) é a "evolução" da paixão; é o amadurecimento dela. Uma coisa vai se transformando em outra. É como conservação de energia que estudamos na física.

E como surge o Amor?
Os "amores familiares" - chamo assim os amores paternos, maternos e fraternos - normalmente surgem de forma natural, com a criação, com o convívio.
O "amor de amigo" surge também com o tempo, com a afinidade, com a cumplicidade e esse, fora os "familiares", são os mais estáveis, os mais duradouros, os mais simples, são espontâneos, são "de graça" (escrevo entre aspas pois acho que nada é de graça, tudo é uma questão de troca - mas isso é questão para outra postagem).
O "amor de relacionamento" é aquele proveniente do amadurecimento da paixão. Logo, tem todo um contexto, toda uma história, toda uma evolução e que pode se tornar "vicioso", acomodado, estático, igual, até mesmo doentio.
A acomodação cria uma estabilidade, uma "zona de conforto" que te envolve, te prende, te aprisiona.
Todo seu histórico, todas as lembranças (olhe a "maldita" novamente) são como barreiras invisíveis que te "impedem" de te afastares dele, por mais que nossa razão queira, nossa emoção não deixa (vejam essa postagem de Sam).

"O amor não é feito de trocas de olhares, mas de olharmos juntos na mesma direção"

Já a paixão... inicia essencialmente pela troca de olhares...

E a intensidade?
Amamos todos (dentro das classificações acima) na mesma intensidade?
Claro que não! Apesar de não existir uma escala para medir amor sabemos que podemos amar um amigo mais do que outro, um irmão mais do que outro, um filho mais do que outro (por mais que os pais neguem - hehehe)

Bom, chega de tanto amor. Amor é "bonito" mas amar "cansa". Tem horas que a "obrigação" de amar (será que isso seria realmente amor?) nos esgota - principalmente se não é retribuído.

Temos que ter em mente que é no amor próprio que devemos investir sem medo de errar, pois o fato de amarmos muito outra pessoa não quer dizer que essa pessoa tenha alguma obrigação para conosco. Ninguém depende exclusivamente de um amor (específico) para viver.


terça-feira, 21 de agosto de 2007

Felicidade...

Você é feliz?

Desde adolescente que venho pensando sobre a felicidade. O que é felicidade? O que é ser feliz? Se te perguntarem: vc é feliz? Qual será sua resposta? Talvez a maioria das pessoas digam que são. Eu diria que não. Eu não sou feliz. Eu estou feliz.

Felicidade não é um sentimento contínuo.
É discreto. É pontual.
Você é feliz o dia inteiro todos os dias?
Felicidade são momentos de prazer, de relaxamento, de desprendimento, de curtição, de paz, de tranqüilidade.
"Feliz" é aquele que está feliz o tempo todo, todo o tempo.

Você está?

Continuando a minha análise, venho observando com o tempo, com a maturidade, com a experiência, que os momentos de felicidade vão diminuindo com o tempo.

Não?

Vejam bem, pensem comigo: quem passa a maior parte do tempo feliz: uma criança ou um adulto?
É isso... comigo é assim... o tempo vai passando e lembrando do passado penso: ontem eu era mais feliz que hoje, ou melhor, ontem eu tive mais momentos felizes do que hoje.
Lembro da minha adolescência quando somente estudava e pensava - naquela época: não vejo a hora de entrar na faculdade e só estudar o que eu gosto; E pensava também: bom era quando eu estava no jardim de infância... só ficava desenhando, pintando e brincando;
Depois quando entrei na faculdade vi que as coisas não eram tão melhores assim...
Não via a hora de me formar e começar a trabalhar. Ganhar independência. Ganhar minha "liberdade". E pensava também: bom era quando eu estava na escola. Só fazia estudar e me divertir; Depois da formatura vem o trabalho. Maior carga horária, maior a "receita", porém maior a despesa. Parcela do carro, seguro, aluguel, condomínio, luz, telefone, etc. Paro e fico lembrando da época da faculdade: época boa foi aquela! Estudava, tinha férias duas vezes ao ano, a grana que rendia no estágio não era muita mas dava para me divertir.
Depois disso vem família, prestação da casa própria, escola dos filhos, contas, etc....
E assim por diante.
Hoje penso (planejo) na minha aposentadoria. Será que quando eu estver aposentado não irei pensar da mesma forma? "Ah... época boa era aquela em que eu trabalhava, me sentia útil, produtivo, e ainda tinha pique para brincar com os meu filhos..."

Resumindo: o que percebo é que a cada dia que passa os momentos de felicidade vão "rareando" ou são menos significativos ao pondo d'eu nem notá-los.
Não quero dizer que sou infeliz, ou melhor, não estou infeliz a maior parte do tempo. Mas sempre acho que "ontem" eu tive mais momentos felizes que hoje.
E amanhã?
Será que esses momentos serão mais raros ainda?
É bom reforçar a idéia de que pelo fato d'eu não estar feliz em um determinado momento não quer dizer que estou infeliz. Certo?

Li um texto de Charle Chaplin que casa certinho com o que escrevi:

"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.
Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente.
Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.
Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo.
Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar.
Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria.
Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.
Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando.
E termina tudo com um ótimo orgasmo!
Não seria perfeito?"

Não é interessante? Ou será que estou sendo pessimista?

"As crianças são quase sempre felizes, porque não pensam na felicidade. Os velhos são muitas vezes infelizes, porque pensam demasiadamente nela."
Paolo Mantegazza

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Solidão...

O que vem a ser essa senhora?

Ontem, por um momento, passei um "sufoco". Fui para faculdade mas as aulas estão suspensas por causa da greve dos servidores. Era final de tarde, ou como outros preferem, inclusive eu, era início da noite (gosto mais da noite do que do dia). De imediato fiquei com aquela sensação boa de liberdade pois não teria aula e nem voltaria para o trabalho. Mas, logo em seguida, pensei: e agora o que vou fazer neste tempo livre (em torno de 2h até o próximo compromisso)?
São tantas coisas que fico planejando para o dia em que tiver uma folga, para o dia em que eu tiver um tempo meu, só meu, inteirinho meu, que fiquei perdido.
Não soube o que fazer!
Fiquei atordoado com a tão cobiçada "liberdade" que logo veio essa senhora: a solidão.
Tum!
Bateu pesada dentro de mim e foi subindo, me consumindo.
Veio a fraqueza e o desânimo se espalhando por todo meu corpo até atingir minha mente.
De imediato me perguntei: porque fiquei assim, se isso era tudo o que eu precisava? Era tudo o que eu queria?
O que está acontecendo???
- Ânimo rapaz!
Falei para mim mesmo, mas sem efeito.
Voltei para o carro e fiquei sentado, estatelado, olhando para o nada, duro, sem piscar, atônito, sem conseguir mexer um músculo, como se estivesse vendo a coisa mais espantosa que alguém poderia ver.
De repente veio a falta de ar; enchi o pulmão como se estivesse acordando de um desmaio ou como se estivesse saindo do fundo do mar.
Acordei.
Saí do transe.
E tomei consciência da solidão.
De imediato mandei mensagens para meia dúzia de pessoas, para ser mais exato para um quarto de dúzia de pessoas (rsrsrsrs) , na esperança de retornarem e, mesmo sem saber, me confortassem ao me fazerem perceber que não estava só.
Não deu certo. Não obtive retorno.
Paciência.
A vida é assim.
Não devemos criar tantas expectativas com as coisas principalmente com as pessoas.
Foi nesse momento que senti o peso dela aumentando dentro de mim.
E veio uma onda de infelicidade... (mas esse é um tema para outra postagem ;)

Lembrei de um texto que li sobre a solidão:
.
Solidão
(Fátima Irene Pinto)

Solidão não é a falta de gente para conversar,
namorar, passear ou fazer sexo.
Isso é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos
pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar.
Isso é saudade.

Solidão não é o retiro voluntário que a gente
se impõe às vezes para realinhar os pensamentos.
Isso é equilíbrio.

Tampouco é o claustro involuntário que o destino nos
impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida.
Isso é um princípio da natureza.

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado.
Isso é circunstância.

Solidão é muito mais que tudo isso.

Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos
e procuramos em vão pela nossa Alma!
.

Bom, carência, saudade, equilíbrio, seja lá o que for, a solidão, no sentido amplo da palavra, dói, marca, nos corrói - apesar de também nos construir e nos refinar.

Apesar de tudo, acredito que a solidão não só é boa de vez em quando, mas é necessária. É o momento em que podemos refletir sobre as "coisas da vida" e tentar entender o mundo que está à nossa volta, a dinâmica da sociedade e o seu papel (o do pensador) dentro dela.

"As pessoas fogem da solidão quando têm medo dos próprios pensamentos".
(Érico Veríssimo)

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Egoísmo...

Porque somos egoístas?

Egoísmo: "amor próprio excessivo, que leva o indivíduo a olhar unicamente para os seus interesses em detrimento dos alheios;"
(http://www.priberam.pt/dlpo)


O egoísmo é o mal da humanidade. Ou melhor, um dos males da humanidade. Fico me perguntando se o egoísmo é fruto do capitalismo ou o capitalismo é alimentado por ele? Acho que as duas coisas. Um alimenta o outro. A 'sede' de acumular bens, de sempre querer mais - não importando os meios, de ter, de possuir é uma característica do capitalismo. E o que é o sentimento de posse senão egoísmo? Será que "o homem é realmente bom e a sociedade que o perverte"? Ou já está no 'instinto' o egoísmo humano? Já foi observado algum ser no mundo animal demonstrar esse sentimento a não ser o homem? Não sou nenhum pesquisador do egoísmo dos animais, mas acredito que não: o egoísmo é um sentimento exclusivamente humano. Pensando bem, não. Vemos esse sentimento nos animais quando brigam por comida. É isso. Em algumas espécies não há a divisão dos alimentos. Eles caçam para si ou no máximo para a (sua) família. Então chego a conclusão que o sentimento de egoísmo deve estar no instinto humano e é alimentado, regado pelo capitalismo. E o que é o capitalismo senão a detenção de poder? Para que acumular bens, fortunas, muito além do que se pode gastar a não ser para mostrar, exibir e usar o 'poder' que essas coisas dão ao seu possuidor?

Bom, da mesma forma que o homem quer ter as coisas ele quer ter as pessoas. Ele quer que as pessoas sejam "dele" e só dele.
Sim, falo de relacionamento mesmo.
Essa sensação de posse que temos com as pessoas com as quais nos relacionamos, essa idéia de "fidelidade eterna", "relacionamento eterno", como se fôssemos o centro do universo e tudo e todos existem por e para nós - tudo isso se baseia na relação entre possuído e possuidor, ou seja, se existe o possuidor é porque tem quem se "entregue" e seja possuído.
"Pera lá"! Não estou fazendo apologia à traição. Isso é outra coisa.

O que é o ciúme senão a sensação de "perda" do que teoricamente vc "possui"?
Eu sei que a dor que sentimos qdo perdemos ou somos ameaçados de "perder uma pessoa" é real. Doi. Doi mesmo. Nos aperta por dentro como se estivéssemos implodindo.
E tudo perde o sentido, não queremos mais comer, olhar, sentir, ouvir, tocar, provar, respirar, não queremos mais estudar, trabalhar, não queremos falar com ninguém, não queremos "querer" e não queremos "não querer".
Tudo isso porque somos possessivos e isso revela nosso egoísmo.

Que relação podemos fazer entre egoísmo e paixão?
A paixão, louca, desvairada, impetuosa, impulsiva, faminta e sedenta; A nossa razão se subjuga a emoção quando esta está sob as rédeas da paixão.
Queremos ter, possuir o "objeto" da nossa paixão e não queremos partilhá-lo com ninguém.
Isso não seria também egoísmo?
Não quero dizer que não devemos nos apaixonar. Pelo contrário, acredito que a paixão move as pessoas, move o mundo. Só temos que ter cuidado com ela...

"O ciúme tem as suas raízes, mais no egoísmo do que no amor."
(Henry Longfellow)

Que relação podemos fazer entre egoísmo e ciúme?
Não seria o ciúme uma espécie de egoísmo? Não seria o egoísmo uma conseqüência do ciúme?
Sim. Acredito nas duas coisas. Uma alimenta outra.

"O ciúme é aquela dor que dá quando percebemos que a pessoa amada pode ser feliz sem a gente."
(Rubens Alves)

"O ciúme é muitas vezes uma inquieta necessidade de tirania aplicada às coisas do amor."
(Marcel Proust)

Bom, todos esses questionamentos foram feitos na tentativa de entender esses sentimentos (egoísmo, paixão, ciúme) e como eles se relacionam entre si.
E essas foram as conclusões às quais cheguei.
Mas sempre que penso sobre esses sentimentos descubro algo novo, que muda, dá outro rumo às conclusões ou até mesmo me faz regredir e cria mais dúvidas. Mas isso faz parte do ato de "pensar" e isso eu não consigo "desligar". ;D

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Tempo...

Ô sujeito miserável!

Quanto ao "tempo": imbatível, inabalável, impiedoso, inatingível, irredutível, intransigente, inflexível, duro, imparcial, implacável, cruel, inexorável...
O que podemos contra ele? NADA. Ele anda e corre, se rasteja e voa, mas sempre constante, em "movimento uniforme".
Sempre em frente: retroceder? Jamais!
Como dizem, "se não pode com ele, junte-se a ele".
Faça dele um aliado.
Entre no seu jogo.
Faça ele trabalhar por você.
Como?
É só entendê-lo e respeitá-lo.
Aceitar os seus limites e a sua infinitude.
Ele vai passar, você queira ou não queria.
Ele vai te arrebatar.
Não resista!
Se deixe levar.
Aprenda o seu caminho, conheça seus trilhos.
Quando você menos esperar vai ter passado um tanto dele.
Então, pare!
Olhe para trás...
Veja a trilha que você construiu.
Reflita sobre as "lições aprendidas".
O tempo é único, não se repete.
A humanidade é que vive em espiral... sempre volta ao mesmo ponto só que em outro plano.
"A história se repete"?



O tempo, apesar de impiedoso, resolverá todos os seus problemas.
Decidi não mudar nada. Vou seguir meu conselho: estou dando tempo ao tempo.
Não vou romper a corda nem desatar os nós.
Junte-se ao algoz.
Entre no jogo dele.
Hiberne.
Entre em período de latência.
Deixe o cenário mudar.
As coisas mudam.
Sempre mudam!
Talvez esse seja um benefício de não mudar junto com as coisas: é ter a oportunidade de escolher em que estação você vai descer do trem; por mais que você esteja enjoado e cansado de andar de trem e queira andar de avião, carro, jegue ou até à pé.
Só preciso, agora, me convencer disso para que tudo dê certo. ; D

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Sobre a Verdade...

O que sabemos sobre a verdade?

De cara digo: a verdade não existe ou pelo menos ela não é universal!

Muito já me questionei sobre a verdade, sobre o que as pessoas acham o que é a verdade. Cheguei a conclusão que a verdade é uma das coisas mais individuais que existem (exagerei?). Cada um tem a sua verdade. O máximo que poderíamos dizer (considerar) que a "verdade" seria a idéia, a opinião ou o juizo de valor da maioria de um grupo. Aí poderíamos ter uma "verdade da maioria"...

Mas o que isso quer dizer?

Nada! Simplesmente para mim isso não significa nada no momento que considero que cada um tem a sua verdade, cada um enxerga e interpreta o mundo de forma única. Sendo assim, não tem, para mim, nada mais irritante do que as afirmativas que começam com "A verdade é...". Fico com vontade de dizer na hora, antes que terminem a frase: "a verdade é o quê cara pálida!?"
E mais: normalmente não tenho paciência de discutir essas coisas com pessoas que têm a mania de falar "o que é a verdade". Simplesmente as ignoro. Entra por um ouvido e sai pelo outro.

"A verdade é essa." E tenho dito!    ; D

"Querer a verdade é confessar-se incapaz de a criar."
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Amizade...

Dia do amigo

Bom, não sou muito afeito a comemorações sem um fundamento histórico. Mas recebi um texto sobre a amizade que reproduzo-o aqui:

Procura-se um amigo

Não precisa ser homem, basta ser humano... Basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objectivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grande chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

(Vinícius de Moraes)



Obs: Olhem também a postagem do dia 28/06/2007

Tempo...

Administrar o tempo!

Tenho pensado muita coisa e passado para o fundo de um caderno... mas sem tempo para digitar... :(

Não vou mentir que tenho dificuldade em administrar meu tempo... qto mais tempo tenho menos eu faço (parece contraditótio, não?). Agora, se tenho muita coisa para fazer, em pouco tempo, consigo concluir mais do que se tivesse com muito tempo...

Escrevo agora na promessa de atualizar o blog com os pensamentos que me surpreendem e me atormentam... rs.

Ate +

terça-feira, 17 de julho de 2007

Viver Valeu...

Viver Valeu?

Acabei de escutar a música "Viver, Amar, Valeu" cantada por Zizi Possi e ressalto um trecho que achei importante citar aqui:

"Quando a atitude de viver
É uma extensão do coração
É muito mais que um prazer
É toda carga da emoção
Que era o encontro com o sonho
Que só pintava no horizonte
E, de repente, diz presente
Sorri e beija a nossa fronte
E abraça e arrebenta a gente
É bom dizer viver, valeu"

Apesar de estar passando por um período conturbado, confuso com os "entes" que em mim habitam, por um momento de razão posso dizer "viver valeu".

"Se formos mudar as coisas de modo como devem ser mudadas, teremos de fazer coisas que não gostaríamos de fazer."
John F. Kennedy

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Ainda com as lembranças...

Lembrar: porque?

Volto a escrever sobre as lembranças. Por mais que saibamos que as lembranças guardam nossa história, nossas alegrias, momentos felizes, cheiros, gostos, imagens, sons, etc, é inevitável lembrar (olhe ela aí de novo!) que elas também trazem dor e sofrimento.

Tem "filósofo" que diz que devemos lembrar bem das coisas ruins (ou das boas que nos causam dor) para 'gastá-las' e por mais que recuperar esses fatos da memória nos cause dor e sofrimento, esta ação cicatrizará a ferida mais rápido e a deixará mais 'resistente' até o ponto de não nos incomodar mais. Será???

Pensando bem, pergunto: o que incomoda mais: a nossa lembrança ou a lembrança dos outros (sobre nossas mais terríveis lembranças)? Tem fatos que se somente nós lembrássemos seria 99% do problema resolvido e o 1% ficaria por conta da consciência.

Bom, sendo bem racional, acredito que a lembrança em si é mais um 'bem' do que um 'mal' para a humanidade. Sem dúvida! Eu é que queria ter o poder de 'apagar' certas lembranças ou guardá-las tão bem guardadas que nem lembrasse aonde as guardei! (é quase como 'fechar a gaveta com a chave dentro' hehehe); Ou ainda ter o sangue frio de ficar me lembrando de todas as coisas que me causam dor de forma que eu me acostume e termine por esquecê-las.

Como não tenho como 'desativar' a f unção 'lembrar', preciso aprender a 'dissolver' a lembrança de forma que a mais funesta vá se abrandando até que fique transparente e eu nem a perceba mais, mesmo sabendo que ela está ali.

Ufa! Acho que é isso... espero não me lembrar de nada mais sobre as 'lembranças' - hehehe

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Lembranças...

Para que lembramos?

Em uma aula de filosofia o professor citou alguma coisa sobre a lembrança...
Se o homem não tivesse lembrança talvez ele fosse mais feliz, ou melhor, o homem sofre porque lembra. A princípio achei que fosse exagero atrelar felicidade com lembrança. Mas no contexto da aula (sobre o Amor, Eros*, etc) percebo que faz sentido essa relação!

Pensem comigo: se não lembrássemos das paixões passadas, dos beijos lascivos, dos abraços urgentes, do amor intenso, das feridas expostas, das dores vividas sofreríamos tanto?

Vcs acham que os animais sofrem por amor? hahahaha...

Bom, estou só provocando.
É claro que por trás das lembranças tem muitas coisas boas - "relembrar é viver" (também).

Talvez eu esteja escrevendo isso por estar passando por momentos nostálgicos (boas lembranças) que traz saudades...

Este tema me traz também várias questões sobre a paixão, sobre o amor, sobre traição, mas que ficam para outro post!

* Eros, filho de Poro e Pênia (Penúria)

“... amor é sede depois de se ter bem bebido” – Guimarães Rosa
obs: eu trocaria a palavra 'amor' por 'paixão'.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Mundo Novo

Mudanças...

Aos poucos vamos percebendo que o mundo muda. Ou só eu achava que não? Por mais que saibamos que sim, muitas vezes nos encontramos "parados". Sempre no mesmo lugar, fazendo as mesmas coisas.

Então melhoro minha afirmação: o mundo muda mas você pode estar parado... Se até os conceitos, teses, teorias, afirmações científicas mudam com o tempo (a terra já foi o centro do universo!), porque temos que ficar no mesmo lugar?

Viver novas experiências, provar novas comidas, sentir novos perfumes, novas texturas ou até mesmo refazer coisas que a 3, 4 meses atrás não fazemos pode nos trazer surpresas agradáveis.

Derrubemos os muros, quebremos os copos (eu já disse isso em algum lugar?) - mudemos!

Seguem algumas frases sobre mudanças:

"Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros mudam as pessoas."
Caio Graco

"Triste não é mudar de idéia. Triste é não ter idéia para mudar."
Francis Bacon

"Nada existe de permanente a não ser a mudança"
Heráclito de Éfeso

"Visão sem Ação não passa de um sonho. Ação sem Visão é só um passatempo. Visão com Ação pode mudar o mundo."
Joel Artur Barter

"O poder não muda as pessoas, as revela." *
Autor desconhecido

* Essa última não tem muito a ver com o tema, mas gosto muito dela. Verdadeiríssima!

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Sobre amizade...

Achei essa mensagem em um fotolog e achei-a muito boa, vejam só:

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa.Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que 'normalidade' é uma ilusão imbecil e estéril."

Oscar Wilde

Espatódea

Escutei hoje:

Espatódea
Nando Reis

Minha cor
Minha flor
Minha cara

Quarta estrela
Letras, três
Uma estrada

Não sei se o mundo é bom
Mas ele ficou melhor
Quando você chegou
e perguntou:
Tem lugar pra mim?


Espatódea
Gineceu
Cor de pólen

Sol do dia
Nuvem branca
Sem sardas

Não sei quanto o mundo é bom
Mas ele está melhor
Desde que você chegou
E explicou
O mundo pra mim


Não sei se esse mundo esta são
Mas pro mundo que eu vim já não era
Meu mundo não teria razão
Se não fosse a Zoe

Vagando no Espaço...

Legal esse lance de Blog. Bom, pelo menos a princípio.
Vamos ver no que vai dar...