Quem nunca teve uma expectativa frustrada?
Pois bem, depois de mais um ano de "reclusão", volto ao blog. Dessa vez é para falar sobre expectativas.
É importante registrar o que me levou a falar sobre esse tema. Tudo começou com um "momento racional" onde me senti "cobrado" pela pessoa com a qual me relaciono e não via motivo d'eu "ter que" (odeio esse termo) atender ou corresponder a expectativa de outra pessoa.
Calma! Não é bem assim. É claro que no dia-a-dia atendemos expectativas dos outros. Óbvio! Seja como filho, quando você atende um chamado do seu pai; como aluno quando você vai à aula, se senta, anota e se comporta como um aluno; como empregado que realiza com responsabilidade as atividades às quais você foi designado; enfim, só por ser uma pessoa que vive em sociedade, você "tem que" seguir algumas regras e por consequência atender algumas expectativas da sociedade.
Mas não é dessa expectativa que estou falando.
Estou falando em expectativa em relacionamentos afetivos. Seja pai-filho, amizade, namoro, casamento, etc.
Para mim, o problema não está em atender as expectativas - que é o que acontece normalmente - mas em não atender essas expectativas!
Todos nós criamos, minimamente, expectativa com relação ao outro. Sim. Esperamos uma ligação no final do dia, um parabéns no dia do aniversário, um aperto de mão, abraço ou beijo quando nos encontramos, uma lembrança (seja ela qual for) no dia dos namorados, dia dos pais, avô/avó, etc;
O problema está exatamente nas expectativas frustradas!
Será que estamos preparados para uma decepção/frustração?
Então me pergunto: até que ponto devemos realmente sofrer com isso?
Não estou dizendo que não devemos criar expectativas (isso é quase que impossível, pois se assim acontecer, é porque o relacionamento já não faz mais sentido, concorda?). Mas sim em administrar o sofrimento da expectativa não correspondida.
Essa é a parte difícil. Quando me dei conta do que estava sendo cobrado, fiquei me perguntando: deveria mesmo "ter que" ter feito daquela forma? Mesmo que fosse "fake"? Faz sentido isso? Fazer uma coisa só para agradar a outra pessoa? Até que ponto?
Então, fazendo o exercício do contrário, me perguntei: eu ficaria zangado se a pessoa não fizesse exatamente o que eu esperava? Ou que ela pensasse exatamente como eu pensei?
Não!!
Eu não posso esperar tanto assim, ou melhor, para ser coerente, não posso sofrer tanto assim se a minha expectativa for frustrada.
Mas, me pergunto novamente: como não sofrer?
No momento que entendo que as pessoas são diferentes, que tem suas "verdades", seu ponto de vista, sua individualidade, interpretação de mundo, não posso exigir que pensem iguais a mim, que vejam o mundo como eu vejo.
Isso certamente ameniza a dor de uma expectativa frustrada. Observem que não deixarei de criar expectativas, mas de não esperar tanto ou de sofrer tanto, caso ela não seja atendida.
Outra coisa que podemos fazer para não sofrer tanto com a expectativa frustrada é criarmos planos "B", "C", etc. Caso o que você espera não aconteça você se resolve com o plano "B" e não sofre tanto assim.
"Devemos prometer somente o que podemos entregar e entregar mais do que prometemos."
(Jean Rozwadowski)
"Excesso de expectativa é o caminho mais curto para a frustração."
(Martha Medeiros)
"Um conselho? Abandone a expectativa e convide o inesperado."
(Bruno Guilherme Fonseca)
"A decepção é filha da expectativa."
(Dioclecio)